Casais Inteligentes – O Podcast

Agora você poderá emergir ainda mais no universo de “Casais Inteligentes Engolem Sapos”. O projeto do podcast terá duas fases:

Fase um: O livro. – O livro completo em formato de podcast. Reencontre Bruno, Samuel e Jorge e relembre a viagem que viria a mudar tudo.

Fase dois: Novos passos. – Aqui você irá se deparar com um conteúdo inédito. Cada semana, um dos meninos toma o microfone e fala sobre tudo o que está acontecendo no mundo e na vida deles.

O projeto é ambicioso e divertido. Então não perca tempo e assine já no Spotify ou Apple Podcast.

Listen on Apple Podcasts

Interrogações Urbanas #04

O cheiro da chuva trás mil sensações diferentes; dentre elas preguiça, depressão, saudade e felicidade. É incrível o quanto uma pequena chuva pode nos trazer tantas emoções.

Estava chovendo naquele dia. Na janela do apartamento do Rick, gotas caiam lentamente na bancada. Ele já estava acordado fazia um tempo, mas seus olhos ficaram paralisados ao ver a beleza dos pingos molhados escorrendo na janela.

– Bom dia. – Falou Luke acordando. Rick continuou congelado, observando a chuva. – Quando chove só me dá vontade de ficar na cama.

– Eu não gosto da chuva. – Disse sério.

– Por quê?

– A chuva vicia, uma vez que você a entende.

– Entende? Como assim?

– É como sentimentos; a chuva tem sentimento. Em um dia de sol ela aparece para se refrescar, já nos dias cinzentos ela fica reflexiva. Durante a noite ela procura conforto e pela manhã renovação.

– De onde você tira essas filosofias? – Comentou Luke irônico.

– A chuva me deixa emotivo. – Falou enquanto desgrudava os olhos da janela e dava um beijo em Luke. – Você quer tomar café da manhã?

 

  • Extraído do livro “Coquetel Urbano e suas histórias”.

Interrogações Urbanas #03

Amor à primeira vista, verdadeiro ou falso? Existem milhares de pessoas ao redor do mundo, cada uma com sua qualidade em especifico, cada uma com suas características e manias.

– Eu acredito em amor à primeira vista. – Falou um rapaz sentado em uma grande escadaria que dava acesso á prefeitura. Dezenas de pessoas a utilizam para comer, conversar ou simplesmente descansar.

– Em que tipo? – Falou seu amigo que o acompanhava com uma salada.

– Como assim que tipo? Existe apenas um amor à primeira vista.

– Não, existem dois. O conto de fadas e o real. Qual dos dois você está se referindo?

– Estou me referindo ao único que existe, você se apaixona e passa o resto da vida com esta pessoa.

– Querido Igor, isso não é amor à primeira vista.

– Então o que é? – Perguntou Igor intrigado.

– Na minha imaginação você só tem o “amor à primeira vista” uma vez na vida, e mesmo assim apenas quando adolescente ou jovem o bastante para acreditar nesta besteira. – Ele deu uma garfada na salada, mastigou o suficiente e depois continuou. – Só temos amor à primeira vista quando estamos novos, quando não sabemos exatamente o que o amor faz. O amor para as pessoas que acreditam nisso é um amor de Cinderela, um sentimento que não existe na realidade. Por exemplo, eu. Quando tinha quinze anos eu me apaixonei por um garoto da minha turma de teatro, foi amor à primeira vista. O cara era alto, bonito, tinha uma barba bem feita… O rapaz era um sonho. Nós passamos meses namorando, eu estava completamente apaixonado, a fantasia da minha cabeça fazia com que tudo aquilo fosse realmente o meu conto de fadas. Até que ele se jogou da ponte e eu nunca mais o vi.

Igor ficou parado, chocado com a noticia.

– Ele morreu?

– Não, só ficou com umas cicatrizes, nada muito grave (eu acho). Depois daquele dia eu fui proibido de ver o garoto, afinal de contas ele era maluco. Foi ele que começou minha maldição, acredita?

– Que maldição?

– A maldição de que eu só fico com gente maluca. Todos os meus relacionamentos se resumiram em pessoas que não tinham um bom estado mental. Veja Felipe que era bipolar; Lucas que não conseguia ter apenas uma personalidade. Este rapaz do teatro foi o cara que começou tudo isso, o meu primeiro amor à primeira vista foi o cara que definiu todos os meus futuros relacionamentos.

– Só porque foi assim com você, não significa que será assim com todo mundo.

 

  • Extraído do livro “Coquetel Urbano e suas histórias”.

Interrogações Urbanas #02

Um dia tem vinte e quatro horas, uma hora tem sessenta minutos e um minuto tem sessenta segundos. O tempo é algo que não foi criado e sim descoberto. Contudo, a partir do momento em que o descobrimos, passamos a reclamar da sua existência.

Frases como: não tenho tempo; o tempo passa muito rápido ou o tempo está passando devagar, são ouvidas ao redor do mundo a cada milésimo de tempo.

Por outro lado também existem inúmeras controvérsias, como: O tempo cura, e, o tempo trará a justiça.

De tudo isso, a única conclusão que podemos tomar é que o tempo pode até sumir, mas no final de tudo, vamos querê-lo de volta.

O tempo vai me fazer esquecer isso – Pensava Thomas enquanto preparava o almoço sozinho em casa. – É normal sentir atração por outras pessoas. O problema é se eu fizer alguma coisa.

Era segunda-feira. Uma nova semana, um novo tempo.

 

  • Extraído do livro “Coquetel Urbano e suas histórias”.

Ciúmes e instintos

Que o ciúme é um sentimento irracional, todo mundo sabe. Porém, se ele não faz sentido racionalmente, logo ele se torna um sentimento falho e incerto. Resumindo, isso só reforça uma ideia que vem surgindo na minha cabeça há dias:

Nós não devemos confiar plenamente em nós mesmos.

Por mais que conheçamos verdadeiramente quem somos, nós nunca poderemos ter a certeza de que seremos dignos de confiança.

Na vida nós nos traímos constantemente; seja por não cumprir uma promessa ou jogar tudo pro alto e pedir (em alto e bom som), mais uma taça ou uma sobremesa extra.

Se alguém nos conta um segredo e nós não podemos confessá-lo, ficamos agoniados na esperança de falar com alguém sobre isso. Quando não acabamos revelando para um íntimo, revelamos para nós mesmos, na frente de um espelho ou em pensamentos. No entanto, de um jeito ou de outro, nós revelamos.

O ser humano não é um ser de confiança. Agora sendo assim, se nós não podemos confiar nem mesmo em nós mesmos… Como vamos confiar em outra pessoa?

Mas é aí que o truque é formado.

É muito mais fácil confiar nos outros do que em si mesmo. Isso porque caso alguma coisa dê errado, você e sua cabeça estarão livres de qualquer tipo de responsabilidade.

Se você contou o seu segredo para alguém e esse alguém contou pra outra pessoa, a probabilidade de você culpar o outro e não você, é de 95%.

Entretanto, existem casos em que você confia tanto em uma pessoa que acaba perdendo parte de sua personalidade. Em uma relacionamento amoroso, por exemplo, se você deixar todas as decisões para a outra pessoa tomar, certa hora você vai acabar perdendo um pouco da sua vontade de fazer as coisas.

Se em uma relação é necessário a troca, e para realizar a troca é preciso confiança… Como saberemos em quem confiar?

A resposta desse labirinto é simples: Instinto.

Neste caso, agora lidamos com uma característica humana primitiva. O instinto nos guia diariamente, seja para escolher em que rua atravessar ou que decisão tomar naquele determinado momento.

Segundo o dicionário o instinto pode ser classificado como “impulso natural, independente de razão”. Uma classificação um tanto quanto conhecida, afinal de contas o ciúme também pode ser classificado como um impulso natural sem razão.

Montando todo o mapa e fazendo todas as conexões, a conclusão que eu obtive foi exemplar e não tão exclusiva assim:

O ser humano é totalmente emotivo.

Agora observe as novelas, os filmes, as músicas, o drama. Nós estamos cercados por este tipo de mídia. Mesmo quem se diz “contra o drama”, já está fazendo fazendo-o acontecer.

Mas se por raiz somos seres impulsivos e independentes de razão, o que cria a razão?

Do mesmo modo em que temos o impulso natural para correr atrás do que queremos, temos também o impulso natural do aprendizado. Nós aprendemos a ser racionais; nos acostumamos e nos forçamos a sermos criaturas coesas. Afinal de contas, por que será que passamos pela fase do “porquê” onde tudo o que nos dizem nós retrucamos?

O ser humano é um ser complexo e não tão difícil de ser estudado. A diferença vem da mente aberta e do respeito mútuo.

Nós temos que respeitar e entender o próximo. Aceitar é outro assunto e outro tópico, afinal de contas andamos em passos e não em pulos; e tudo é construído com tempo e paciência.

Nosso ser é um ser primitivo que necessita de evolução. Essa evolução vem desde recém-nascido e vai até a morte. Pois nós morremos quando não queremos mais aprender.

Então esse é o meu objetivo, essa é a minha meta. Eu não vou deixar meus instintos primitivos me dominar e me transformar em uma pessoa ilógica. Eu irei lutar para ser mais racional e menos emotivo; talvez assim eu não sofra tanto; talvez assim meu futuro poderá ser melhor e mais brilhante.

*Extraído do livro “Casais inteligentes engolem sapos”, Adriel Dantas/Clube de autores, 2017* adrieldantas.com

Um encontro para o sábado a noite

Eu poderia simplesmente ir a um bar. Solteiros vão a bares, não vão? Depois de anos em um relacionamento que eu pensava que seria para sempre, eu me encontro em uma situação um tanto quanto desconfortável: Estou solteira. Entretanto, o problema não é o meu status, mas a minha resolução. Para ser mais clara posso confessar que eu não sei o que é ser solteira desde 1991.

As meninas falaram que certas coisas continuam exatamente do mesmo jeito. As carícias embaixo da mesa, os jogos de sedução e o “mentir para impressionar” ainda se encontram no topo da lista das situações mais corriqueiras na vida dos solteiros. No entanto, com o avanço da internet e a expansão dos sites de relacionamento, eu ouvi falar que hoje em dia é muito mais fácil de se conseguir um encontro do que em 1991. Será mesmo?

Um dos meus males é a curiosidade, então sem pensar duas vezes entrei no primeiro site de relacionamento que o google indicou. Para preservar certos aspectos, vamos chamá-lo de “O imperador”.
Depois de cadastrar meus dados, escolhi uma foto que no meu ver era bonita e atraente. Respondi algumas perguntas pessoais e fui automaticamente redirecionada a um pequeno jogo de sedução. O jogo em si era fácil e divertido, uma foto aparecia e você respondia um sim (eu quero conhecê-lo) ou não (não estou afim); resumindo é o jogo de sedução tradicional de rua, exceto que você está no conforto de sua casa.

Passados cinco minutos de jogo eu já começava a me perguntar o porquê de estar fazendo aquilo. Lembro-me dos bate papos por telefone, eram tão divertidos; eu sempre me acabava de rir quando no meio da conversa um engraçadinho colocava um som alto fazendo todo mundo se calar ou mudar de sala. Oh, bons tempos. Mas não adianta pensar neles agora, o tempo passou e a nova tendência em encontros é “O imperador”, então se concentre nas fotos e clique até o infinito.

“Quando essas fotos vão parar?” – Pergunto-me desesperada querendo ir na cozinha petiscar alguma coisa. Será que ainda existe aqueles bate papos de texto pela internet? Pelo que eu me lembre eles eram bem solicitados também. No entanto o serviço do imperador é melhor porque tem fotos, ninguém merece ir a um encontro às escuras com alguém que você conheceu deliberadamente pela internet. Além disso eu já escutei umas histórias bem macabras sobre esses encontros; não, é melhor continuar aqui, pelo menos eu posso ver o rosto da pessoa.
Duas horas se passaram e eu não sei a quem culpar; o imperador ou eu por ter começado tudo isso. Porque diabos ninguém quer me conhecer? Vai ver ninguém está online no momento; ou estão todos ao redor de uma mesa de bar, paquerando e se divertindo.

Plim!

Ai meu Deus! Uma mensagem, finalmente! Deve ser bem daquele loirinho do começo, ou aquele moreno de duas fotos atrás. Vamos lá, você tem uma mensagem… Ler.

“Para ler suas mensagens você precisa adquirir o plano premium”.
Quer saber… Solteiros ainda vão a bares, não vão?